terça-feira, 12 de julho de 2011

"À laia de... cusquice... (019)

Notas (in)convenientes… (002)

“Palavras trocadas...” (31)

Como sói dizer-se, só a morte é definitiva. Acredite-se ou não noutra vida - e, por vezes, dá um jeitaço acreditar... -, não se conhece ninguém que esteja por cá vivinho da silva depois de ter morrido!...
Ora, está quase a fazer um ano que "desapareci" das colunas do Entre Vilas depois de quase oito anos de colaboração canina, sem que se dessem quaisquer passos para obstar o óbvio. Trata-se, é certo, apenas de um desencontro de ideias. Da minha parte, porque assisti a quatro mudanças de "Director" sem que a minha "colaboração" e, creio, a de outros, tivesse merecido sequer um jantar de convívio e confraternização, nem que fosse a pagar pelos participantes, o que demonstra bem o "interesse" dos então proprietários. Da parte dos actuais donos, porque, se calhar desconhecedores daquele facto por não estarem inseridos no meio, não promoveram qualquer tipo de aproximação à maralha colaborante, gratuita e generosa.
Quis o destino que o Entre Vilas “ande” quase desaparecido em combate, depois de ter optado por uma situação que nem é carne nem peixe. E as “sobras” de hoje são disso testemunho, sem que quem deva ver não veja patavina. Porque se o jornal não for interessante, os publicitários, mais hoje, mais amanhã, dão de frosques. E lá se vão os “rendimentos”.
Acontece que não quero deixar morrer as minhas "Palavras Trocadas", nem quero deixar de actualizar as minhas "cusquices". É assim que aproveito o blog para chatear a mona de alguns e satisfazer outros, parte destes que até me confessaram já terem saudades!... Não morri, pois, de morte macaca, pelo que não se deu qualquer ressurreição!...

O Governo agora constituído, em vez de repor primeiramente alguma justiça social que o anterior executivo à má fila destruiu com uma certa cobertura da comunicação social, como seria o Abono de Família – que nem Salazar ou Caetano ousaram reduzir, apesar do esforço da guerra ultramarina… -, o aumento das pensões e reformas inferiores ao ordenado mínimo nacional, os livros escolares e as bolsas de estudo, decreta o gamanço de 50% sobre o 13º. mês de tudo o que ultrapasse o tal de OM. Apesar de uma certa contenção e justiça, isto é um roubo, "talqualmente" o foi esta denominação de décimo terceiro mês. Se fizermos bem as contas, veremos que os ingleses é que têm razão. Recebem à semana, e pronto. Têm sempre dinheiro fresco, os patrões não têm a tentação de esbanjar, e se acontecer uma falência o trabalhador tem menos prejuízo. A receber ao mês, como cá dentro, o único que ganha é o empregador. Tem menos trabalho/despesa administrativa, tem mais tempo o dinheiro em seu poder e sofre mais a tentação de ficar com ele sob a capa de “investimento”. É que o cálculo dia/mês teve por base 24 dias/mês, ou 195 horas!... Já quanto a pagar portagens na ponte Salazar - oportunisticamente rebaptizada de 25 de Abril... -, durante o mês de Agosto, acho que é de um mau gosto terrível, que não augura nada de bom. Aquela ponte já está paga e repaga há muito, e não apareceu como fonte de rendimento!... Quem está a "comer" quem?!...
Fala-se agora insistentemente de que é preciso estabelecer um tecto ou plafond para as quantias sujeitas à contribuição para a Segurança Social. E há razões para isso, como já o tinha previsto o defunto Salazar. À altura da revolução de Abril, só descontávamos por um máximo de cinco contos/mês (25 Euros de hoje), e muito poucos o conseguiam. Com a revolução vieram os aumentos e liberalizou-se o valor. E o que sucedeu é que proliferaram os oportunistas. Qualquer patrão se inscreveu na SS com valores de ordenado altíssimos, as respectivas empresa é que descontavam, e, mesmo assim, ainda recorriam a médicos amigos que lhes concediam três ou quatro meses de baixa por ano. Foi manobra que lhes “restituiu” com “juros” os descontos supostamente suportados. E quando chegaram à “reforma” estouraram todos os limites…
Quer queiramos quer não, é mais um vector que confere uma certa realidade a uma agência de notação, uma tal de Moody's, que inopinadamente atirou os nossos ratios para a categoria de lixo. E, nisto, só não entendo as posições do PCP e do BE, porque só criticam!... Aventam supostas soluções, mas, se formos analisá-las melhor, logo se verá que são inexequíveis. Se calhar, é até por isso que o eleitorado os julga como julga!... E para o PS, foi um achado!... Até já se agarram a isso para justificar o (des)governo do seu ex-chefe com nome de filósofo!...

Tal como aconteceu com a defunta URSS, que, até, durou muitas dezenas de anos, a União Europeia (CEE) está prestes a dar o berro. Afinal, a criação de uma moeda única foi um suicídio para os diversos países que a compõem, que têm rapidamente de criar uma moeda interna, embora tendo, para já, o EURO como referência, sob pena de serem engolidos pelos países mais “gordos”. Não passou de uma miragem. Os acordos são para rasgar e os sacrifícios que suportamos e nos foram impostos são para esquecer, porque um traque de uma Moody's qualquer é capaz de destruir uma incipiente economia mal estruturada.
A fazer fé no que por aí vai, o Socialismo destes quatro países – Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha – foi uma péssima aposta, porque destruíram a economia e todo e qualquer sentimento pátrio. A crer nas tais agências de notação internacional, os sucessivos governos pós 25A74, com prevalência do PS e do PSD, trouxeram este outrora país para o conceito de lixo económico. Mas uns inteligentes quaisquer também já começaram a minar a língua portuguesa com um tal de acordo ortográfico que ninguém entende e não beneficia nem respeita a “mátria”, quanto mais a pátria!... Enfim, o que se chama “já foste… português”!...

Em Joane houve festa no penúltimo fim de semana. Foi a feirinha da solidariedade inter-freguesias e foram as comemorações dos 25 aninhos da elevação de Joane a vila, no inacabado Parque da Ribeira. E se a feirinha ainda registou razoável participação/assistência, o aniversário quase passava a leste. Dá a impressão que a laboriosa gente de Joane já não vai em politiquices ou politiqueiros que, afinal, tudo estragam. É que os senhores da situação parece estarem a marimbar-se para a maralha. Interessa-lhes é o bolso quente e o ego bem polido. E se há lambe-botas capazes de jurar hoje o que amanhã irão renegar!... É o que menos falta!...
E neste fim de semana houve no mesmo Parque da Ribeira o décimo nono festival de folclore, organizado pelo Rancho Etnográfico Rusga de Joane. Ao contrário do que normalmente acontece, começou a horinhas, teve bons "speakers", as apresentações foram rápidas e a imposição das fitas comemorativas aos grupos participantes também não se estendeu por aí além, nem os discursos se mostraram enfadonhos. Perante os quatro grupos convidados, o Rancho da Região de Leiria (Leiria), o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Maiorca (Figueira da Foz), o Grupo Danzas Dona Urraca (Zamora/Espanha) e o Rancho da Casa do Povo de Barbeita (Monção), a Rusga abriu as "hostilidades" com cinco temas que preencheram cerca de vinte minutos, e seguiu-se-lhes pela ordem acima e na mesma medida os restantes participantes, para alegria e participação da muita gente presente, e que poderia e deveria ser em maior número se os joanenses não se alheassem tanto dos seus eventos. E este, até que foi muito bem conseguido, fruto, se calhar, do já longo percurso da organização, que se mostrou impecável.
E por falar no Parque da Ribeira, pelos vistos morreu por ali. É mais um aborto de intenções/propósitos. O que está foi sendo aumentado às pinguinhas e remedeia, mas vale de pouco, e adivinha-se que ainda será o mote de muitas eleições futuras. E, a talhe de foice, o Largo 3 de Julho, mais conhecido pelo Largo da Feira e agora "apelidado" de Largo do Sapateiro, acabado mas não inaugurado, não ficou a valer a ponta de um corno, porque arrumaram com o comércio à custa da insegurança. Lindo, aquilo?... É preciso ser muito plebeu!...
O Grupo dos Amigos do PAU AO ALTO, de Joane, este ano sob a responsabilidade da malta de Ronfe, realizou o seu passeio anual, com a presença de 38 “marmanjos”. Com passagem pela montanha da Penha (desjejum), Ribeira de Pena (merenda) e Vila Pouca de Aguiar. O almoço aconteceu no Mercantil, em Armamar, e a tarde recreativa na ermida de S. Domingos, em Fontelo. De autocarro percorreu-se o interior daquela magnífica região, admirando os vinhedos, olivais, pomares de macieira, cerejais, baga e matedos onde a caça é mais que adivinhada. O evento decorreu em muito boa ordem, e deixou todo o mundo satisfeito. Em Novembro haverá o jantar, e para o ano… novo passeio.

Em Ronfe, nada de nada. A saga da Casa do Povo lá vai caminhando de vento em popa, e as margens do rio Ave completamente estragadas, feias e mal-cheirosas. O rio já quase não tem água, porque destruíram o açude da Cerquinha. A Junta lá organizou o passeio anual, talqualmente a paróquia já o havia feito há pouco, e a Assembleia yeve a sua sessão neste fim de semana, mas... nada de novo, ou seja, mais um comício sem qualquer sumo. Os peditórios na vila campeiam, porque há quem pense que os euros esticam. E depois, o Lar é preciso, o passeio paroquial é necessário, a festa do padroeiro tem de ser bem luzida e não pode ir p’rá barra, os escuteiros têm de sobreviver, um eurozito para a catequese nem é nada, o Desportivo tem necessidade de fundos, etc., etc., etc. Entendo que isto é de cabo de esquadra, mas… cala-te boca!... ‘Tá difícil viver em Ronfe, 'tá sim senhor, e até morrer!...

Por hoje fico-me por aqui nesta troca de palavras, e muita cautela com aqueles amigos da onça que só nos dão pancadinhas nas costas. Quando menos esperarmos já eles treparam à nossa custa e ainda nos fazem a caramunha!...
2011.07.12

1 comentário:

  1. Caro snr. Amâncio, se permite destaco...

    " A saga da Casa do Povo lá vai caminhando de vento em popa, e as margens do rio Ave completamente estragadas, feias e mal-cheirosas. O rio já quase não tem água, porque destruíram o açude da Cerquinha "

    ResponderEliminar